Atenção à formação inicial docente, promoção do protagonismo dos estudantes para produção de conteúdo na sociedade digital foram alguns dos temas debatidos no III Congresso Internacional de Educação Midiática e Competência Digital, na Espanha

 

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Nos dias 15, 16 e 17 de Junho, Bruna Nunes, coordenadora de projetos do Instituto Educadigital, participou do III Congresso Internacional de Educação Midiática e Competência Digital, em Segóvia (Espanha). Com duas fases, uma virtual e outra presencial, o congresso reuniu 400 participantes, entre acadêmicos, professores, gestores e representantes de organizações da sociedade civil, para debater e compartilhar experiências, pesquisas, iniciativas e boas práticas relacionadas ao desafio de incorporar a tecnologia digital aos ambientes de aprendizagem formais e não formais. Dentre os conferencistas, cabe destacar a participação do prof. David Buckingham, fundador do Centre for the Study of Children, Youth and Media da London University, reconhecido pelo seu trabalho no campo da media literacy (podemos traduzir por letramento digital ou letramento midiático).

Abaixo listamos algumas das principais conclusões do congresso, acordados na plenária de encerramento, que ilustram as discussões e debates realizados durante os três dias de evento:

  • Nota-se que de maneira geral as Faculdades de Educação pelo mundo nao tem preparado adequadamente os futuros professores e professoras para incorporar de maneira qualificada e crítica as tecnologias digitais à prática docente;
  • É fundamental promover o protagonismo dos estudantes em seu processo de aprendizagem;
  • É fundamental mudar o paradigma do consumo para produção de conteúdo, incentivando professores, professoras e estudantes a produzir seus próprios conteúdos digitais e midiáticos;
  • O uso da tecnologia digital nos processos de ensino e aprendizagem devem vir associados à metodologias e abordagens educacionais que dêem sentido e intencionalidade aos objetivos pedagógicos que se quer alcançar;
  • A incorporação da tecnologia digital na educação deve ser feita de forma crítica, ressaltando e revelando as estruturas mercantis e capitalistas que estão por tras dela;
  • É fundamental que as instituições governamentais apoiem a promoção de uma educação midiática e digital crítica, através de políticas publicas que não apenas garantam a infraestrutura necessária, mas que incidam sobre a formação de professores e da elaboração de currículos mais alinhados a uma visão crítica da tecnologia digital;
  • É fundamental que a educação midiática incorpore a dimensão de gênero em sua prática cotidiana;
  • É fundamental envolver as famílias e toda a comunidade escolar, expandindo o alcance da educação midiática para fora dos muros da escola, como por exemplos, as bibliotecas públicas e outros espaços e equipamentos públicos da cidade e também os entornos escolares.

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