Em reportagem publicada hoje no jornal O Globo, a diretora executiva do IED, Priscila Gonsales, a professora Léa Fagundes, o pesquisador Henry Jenkins e a diretora do Instituto Paramitas, Cláudia Stippe falam sobre educação e cultura digital.
Henry Jenkins vê no carnaval mais do que uma festa popular: um exemplo de interação social que deve servir como modelo para os educadores da era digital. De acordo com o pesquisador americano, o carnaval e as escolas de samba são exemplos típicos de cultura participativa, onde todos estão aptos a produzir informação, e o conhecimento é passado de maneira informal.
Com a proliferação das tecnologias de informação, o sistema tradicional de ensino está com os dias contados. As pessoas, principalmente as mais jovens, buscam bens culturais antes inacessíveis, se comunicam por diversas mídias com grupos distantes fisicamente, mas com os mesmos interesses. Para Jenkins, se a escola não se apropriar dessa nova forma de difusão do conhecimento, ficará para trás.
Ética e segurança no currículo escolar
Além da falta de acesso, faltam treinamento e incentivos para que a tecnologia mude o dia a dia das salas de aula. Especialistas concordam que não basta colocar um tablet na mão do aluno e trocar o quadro negro por uma lousa interativa. É preciso mudar a maneira de ensinar.
“Ainda se olha para a tecnologia com o paradigma da revolução industrial. A cultura digital mudou o mundo, mas a escola continua com o sistema falido, de aulas de 50 minutos com o professor falando e o aluno escutando”, avalia Priscila Gonsales, diretora-executiva do Instituto Educadigital.
Para Jenkins, essa é uma das principais lacunas deixadas pela escola. Em vez de aproveitar os dispositivos técnicos para incentivar a participação, os estudantes ainda são mantido apenas como receptores. Segundo ele, os jovens da era digital são acostumados a produzir informação. Eles publicam filmes no YouTube, compartilham informações em redes sociais, e manter esse mundo fora das escolas é até mesmo perigoso para as crianças.
Apesar das dificuldades, existem experiências exitosas e não são poucas. A professora da UFRGS Léa Fagundes, de 82 anos, pioneira no uso da tecnologia na educação no Brasil, conta que em uma escola do Rio Grande do Sul atendida pelo projeto “Um Computador por Aluno”, do Ministério da Educação, os alunos estão se comunicando e trocando experiências com crianças do Uruguai e da Argentina.
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